Boa noite :)




Quinta Essência - Sapatinhos de Chocolate (Opinião)

Trisha Ashley




«Um livro delicioso, terno e cheio de humor.»
Sophie Kinsella













Esqueça os Jimmy Choos, "Sapatinhos de Chocolate" é o único acessório de que vai precisar na próxima estação... 

 Tansy sonhava com um belo futuro junto de Justin. Mas quando uma revelação inesperada a faz confrontar a amarga verdade sobre o homem que ama, decide deixar imediatamente Londres e regressar à pequena aldeia de Sticklepond. As doces atenções da carinhosa tia Nan e a amizade de Bella são um bálsamo para o seu coração destroçado. Com um entusiasmo que já não pensava ter, Tansy lança-se na realização de um projeto há muito desejado. Assim nasce a Cinderella’s Slippers, uma loja de sapatos realmente muito especial. Se ao menos a sua vida amorosa a fizesse tão feliz! 


Opinião 
Este é o livro ideal para ler numa tarde de chuva. E foi disso mesmo que se tratou. Uma tarde de leitura bem acompanhada por uma chávena de chá bem quente.
É um romance doce, leve e despretensioso, ideal para entreter os corações românticos por umas quantas horas.
Este foi o primeiro livro que li de Trisha Ashley mas deu para perceber que esta história é a continuação de uma série de histórias de amor que tem "assaltado" a pequena aldeia de Sticklepond. E, pelo que nos é dado a crer,  resultam num constante repicar dos sinos da Igreja e em um aumento da natalidade.
Com um enredo típico, de noiva traída e meias-irmãs odiosas, este livro faz recordar o conto infantil da Cinderela. Até porque tudo gira à roda da loja de Sapatos de noiva "Cinderella Slippers".
Gostei do facto da história se passar numa típica aldeia inglesa, com os seus costumes, personagens únicas e um leve travo a magia.
Tal como a protagonista, Tansy, gosto muito de cozinhar, especialmente comida de forno mas não posso dizer que tenha simpatizado muito com ela. Faltava-lhe fibra e determinação tanto para pôr um basta ao ex-noivo insistente como às intrigas das meias-irmãs. Ivo Hawksley é um homem atormentado e misterioso mas a sua personagem podia ter sido melhor desenvolvida.
Este livro tem também um componente de mistério. A tia-avó de Tansy decide deixar gravações das suas memórias nas quais revela um antigo segredo da família. À medida que vamos lendo, deparamos-se com excertos das memórias da tia Nan, histórias do dia a dia, pequenos mexericos e até receitas de culinária. Algumas pistas acerca do segredo vão sendo reveladas mas, felizmente, a autora decide surpreender os leitores e, afinal, nada é aquilo que parece!
Ainda que adore sapatos tenho pena que a autora tenha desenvolvido tanto esse tema em detrimento do romance. Este podia ter sido melhor explorado, tanto no romance dos protagonistas como no da melhor amiga de Tansy, Bella. São quase 400 páginas e só nas últimas 40 se desenvolve realmente o romance dos protagonistas. É caso para dizer: menos sapatos e menos Macacos Chinelo e mais ação!
Fiquei curiosa acerca de alguns casalinhos cuja história, suponho, façam parte dos livros anteriores da autora. 

Casa Das Letras - Outlander - A Viajante (Opinião)

Diana Gabaldon




«Triunfante... o seu uso de detalhes históricos e 
uma verdadeira história de amor adulta confirmam Gabaldon como uma escritora de qualidade superior.»
Publishers Weekly











«Estava morto. No entanto, o seu nariz palpitava dolorosamente, coisa que lhe era estranha, dadas as circunstâncias.» 
Assim começa o terceiro livro da série Outlander, em que ficamos a saber que, afinal, Jamie Fraser não morreu no campo de batalha de Culloden. De volta ao século xx, Claire fica em choque com a notícia de que Jamie está vivo, mas, muito mais que isso, fica radiante. Ouvimos a história de Jamie, como ele mudou, tentando alcançar uma vida a partir dos pedaços da sua alma e do país que deixou para trás, e o breve relato de Claire sobre os 20 anos que passaram desde que o deixou em Culloden, enquanto Roger MacKenzie e Brianna, filhos de Claire e Jamie, se aproximam das pistas do passado, numa busca incessante por Jamie Fraser. Será que o podem encontrar? E se o conseguirem, Claire voltará para ele? E se ela o fizer… o que se sucederá?
Dos fantasmas de Samhain nas terras altas da Escócia para as ruas e bordéis de Edimburgo, do mar turbulento e das aventuras nas Índias Ocidentais, percorremos páginas de história repletas de revolta, assassínio, vodo, fetiches, sequestros, e um sem-número de inúmeras aventuras.Por detrás de todas elas, porém, jaz a questão de Jamie: 
«Quereis vós levar-me, Sassenach? E arriscar o homem que sou em prol do homem que era?» 


 Excerto:
«Quando eu era pequena nunca queria pisar em poças.(...) Isto porque não acreditava que aquele espelho liso era apenas um pequeno espaço de água sobre a terra sólida. Estava convencida de que era uma porta para algum espaço insondável. Às vezes, ao ver as pequenas ondas provocadas pela minha proximidade, pensava que a poça era profunda, um mar sem fundo onde se ocultavam a preguiçosa espiral do tentáculo e o brilho da escama, com a ameaça de enormes corpos e dentes agudos à deriva nas remotas profundidades. 
E então, baixando os olhos para o reflexo, via a minha própria cara redonda e o meu cabelo encaracolado numa extensão azul sem contornos, e pensava que a poça era a entrada para outro céu. Se pisasse, cairia de imediato e continuaria a cair, mais e mais, no espaço azul. (...)
Ainda agora, quando vejo uma poça no caminho, a minha mente detém-se (ainda que os meus pés não o façam) e depois segue o seu trajeto, deixando para trás apenas o eco do pensamento: E se esta vez eu cair?»

Opinião: 
 Diana Gabaldon leva-nos, novamente, por uma longa viagem. E que maravilhosa viagem! :)
Apesar de normalmente os livros grandes assustarem os leitores (este tem mais de 800 páginas!) este não deverá ser o caso. E é sempre com alguma expectativa que espero mais o lançamento de num livro desta série.
Neste terceiro volume da série Outlander, Diana Gabaldon continua o seu relato e mostra-nos o que aconteceu a Jamie após a fatídica Batalha de Culloden. Afinal Jamie Fraser não morreu e Claire tem ainda a hipótese de regressar ao passado e reencontrar-se com o seu amado.
Seria de esperar que finalmente Claire e Jamie pudessem ter um final feliz. Mas com Diana Gabaldon, nunca nada é tão simples.
Claire e Jamie estiveram afastamos por mais de 20 anos. Em épocas diferentes. Muitas coisas sucederam nesses vinte anos e ambos mudaram. Mas o amor entre ambos permanece, talvez até mais forte, intensificado pela ausência e pela saudade.
Ao longo destas mais de 800 páginas, Gabaldon, com a sua escrita de mestre,conduz-nos por uma viagem vertiginosa (e por uma leitura voraz) em que o casal passa por sucessivas aventuras, desaires, encontros inesperados, desencontros, romance, paixão e algumas (e boas) gargalhadas.
Este é muito provavelmente o meu livro preferido da série (até ao momento, claro). Talvez por ser um livro cheio de acção, que nos faz virar as páginas, a um ritmo alucinante, na tentativa de descobrir o que se irá suceder a seguir.
É também um livro que aborda temas tão variados como o tráfico de bebidas alcoólicas, os usos e costumes asiáticos, as viagens marítimas, a medicina no século XVIII, a escravatura e o misterioso folclore Jamaicamo.
É também notável a habilidade da autora em integrar personagens, de uns livros para os outros, do passado para o futuro. E em conciliar todas essas coisas com momentos históricos tão conhecidos a nós leitores, fazendo as suas histórias ganhar vida e tornarem-se quase reais.
Seria de esperar que um livro tão longo, repleto de factos históricos e centrado na história de amor entre Claire e Jamie, a determinado ponto se tornasse aborrecido. Nada mais longe da verdade. Diana Gabaldon apresenta-nos sempre novas e caricatas personagens que vão dando uma lufada de ar fresco à história, outras são repescadas dos volumes anteriores. Algumas dúvidas são esclarecidas e outras surgem, como de um enigmático novelo se tratasse, deixando sempre os leitores curiosos acerca do que se irá passar a seguir. Quais serão as futuras aventuras de Claire e Jamie?
Agora, resta-me esperar por mais um volumes desta maravilhosa série que, espero, não demore.